Povos
A
Mesopotâmia foi uma região por onde passavam muitos
povos nômades oriundos de diversas regiões. A terra fértil fez com
que alguns desses povos aí se estabelecessem. Do convívio entre muitas dessas
culturas floresceram as sociedades mesopotâmicas. Os povos que ocuparam a
Mesopotâmia foram os sumérios, os acádios, os amoritas ou
antigos babilônios, os assírios, os islamitas e os caldeus ou
neobabilônicos. Como raramente esses Estados atingiam grandes dimensões
territoriais, conclui-se que apesar da identificação
econômica,
social e cultural entre essas civilizações, nunca houve um Estado mesopotâmico.
Sumérios
e Acadianos (antes de 2 000 a.C.)
Os sumérios
foram provavelmente os primeiros a habitar o sul da Mesopotâmia. A
região foi ocupada em 5 000 a.C. pelo povo sumério, que ali
construiu as primeiras cidades de que a humanidade tem conhecimento, como Ur, Uruk e Lagash. As cidades
foram erguidas sobre colinas e fortificadas para que pudessem ser
defendidas da invasão de outros povos que buscavam um melhor lugar para viver.
Sua organização política era semelhante a uma confederação de cidades-Estado,
governadas por um chefe religioso e militar que era denominado patesi.
Como a
maioria dos povos antigos, os sumérios eram politeístas. Porém os deuses
serviam mais para resolver problemas terrenos do que solucionar os problemas
que fazem parte após a morte. Cada cidade suméria tinha seu Deus
"comandante". Na visão dos sumérios, os deuses tinham comportamentos
parecidos com o das pessoas, praticavam o bem e o mal, e eram muito mais
temidos do que amados.
Os Sumérios
são conhecidos pelo desenvolvimento da escrita cuneiforme (assim
chamada porque o registro era feito em placas de argila com auxílio de estilete
que imprimia traços com forma de cunha) e desde o quarto milênio
a.C., possuíam um complexo e completo sistema de controle da água dos rios.
Realizavam obras de irrigação, barragens e diques, utilizavam também
técnicas de metalurgia do bronze. Sua organização social
influenciou muitos povos que os sucederam na região.
Venerador mesopotâmico de 2 750-2 600 a.C.
Amoritas
(2 000—1 750 a.C.)
Com o
declínio do império fundado por Sargão, destacou-se na Mesopotâmia um grande e
unificado império que tinha como centro administrativo a cidade da Babilônia,
situada nas margens do rio Eufrates. Os amoritas, povos semitas proveniente da
Arábia, edificaram então o Império Paleobabilônico. Este povo é conhecido
também como "antigos babilônicos", o que os diferencia dos caldeus,
fundadores do Segundo Império Babilônico, denominados neobabilônicos.
O soberano
que mais se destacou foi Hamurabi (1792 a 1750 a.C.), elaborando leis
que ficaram conhecidas como Código de Hamurabi, que tinha como base
um código sumeriano " Ur-nammu". O " Código de Hamurabi".
O caráter das leis que constituíam o Código de Hamurabi era bastante severo - a
pena era equivalente à falta cometida.
Se um filho
agredisse um pai, teria as mãos decepadas. Caso um médico perdesse seu
paciente, responderia pelos seus erros, tendo também as mãos decepadas. Dessa
forma,pode-se dizer que as leis deste governantes se baseavam no princípio do
olho por olho, dente por dente. Apresenta uma série de penas para delitos
domésticos, comerciais, ligados à propriedade, à herança, à escravidão e a
falsas acusações, sempre baseadas na Lei de Talião ("Olho por olho, dente por
dente"). Após sua morte, a Mesopotâmia foi abalada por sucessivas
invasões, até a chegada dos assírios.
Desenvolveram
um preciso relógio de sol.
Assírios
(1 300—612 a.C.)
De origem semita, os assírios viviam do pastoreio e
habitavam as margens do rio Tigre. A partir do final do segundo milênio
a.C., passaram a se organizar como sociedade altamente militar e expansionista.
Realizaram diversas conquistas e expandiram seu domínio para além da própria
Mesopotâmia, chegando ao Egito. O centro administrativo do império
assírio era Nínive, onde foi feita a biblioteca real
de Assurbanípal, com mais de 22 000 placas de argila.
O
exército assírio era um dos mais notáveis da Antiguidade, fato que proporcionou aos assírios
o poder de conquistar diversos territórios. A cada território o exército
aumentava ainda mais por causa do alistamento obrigatório que eles
implementaram. Alguns historiadores acreditam que os assírios pudessem colocar
até 100 000 soldados em campo.
Mesmo com
o exército, o império não conseguiu se sustentar, em grande parte pelo fato de
que a maioria da população do império não gostava do regime militar e muitas
vezes cruel, ao qual estavam submissas. Um dos reis que mais se destacou foi
Assurbanípal.
Caldeus
(612—539 a.C.)
Povo de
origem semita que se estabeleceu na Baixa Mesopotâmia no início do
primeiro milênio a.C., os caldeus foram os principais responsáveis pela
derrota dos assírios (pois, junto com os medos, saquearam Nínive) e pela
organização do novo império babilônico. Nabucodonosor II foi o soberano mais conhecido
dos caldeus. Famoso pela construção dos Jardins Suspensos da Babilônia, governou por quase sessenta anos e
após sua morte os persas dominaram o novo império
babilônico. O império dos caldeus durou apenas 73 anos, pois foi incorporado
ao Império
Aquemênida.
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