Economia e sociedade
Em linhas
gerais pode-se dizer que a forma de produção
predominante na Mesopotâmia
baseou-se na propriedade coletiva das terras administrada pelos templos e palácios. Os indivíduos só usufruíam da terra
enquanto membros dessas comunidades. Acredita-se que quase todos os meios de
produção estavam sob o controle do déspota, personificação do Estado, e dos
templos. O templo era o centro que recebia toda a produção, distribuindo-a de
acordo com as necessidades, além de proprietário de boa parte das terras: é o
que se denomina cidade-templo.
Estudos
recentes mostram que, além do setor da economia dos templos e do palácio, havia
um setor privado que participava, também, da economia da cidade-estado.
Administradas
por uma corporação de sacerdotes, as terras, que teoricamente eram dos deuses,
eram entregues aos camponeses. Cada família recebia um lote de
terra e devia entregar ao templo uma parte da colheita como pagamento pelo uso útil da
terra. Já as propriedades particulares eram cultivadas por assalariados ou arrendatários.
Em
contraste com as cheias regulares e benéficas do Nilo, o fluxo das águas dos
rios Tigre e Eufrates, ao subir à Leste pelos Montes Tauro, é irregular e imprevisível,
produzindo condições de seca em um ano e inundações violentas e destrutivas em
outro. Para manter algum tipo de controle, fazia-se necessário a construção
de açudes e canais, além de complexa organização. A
construção dessas estruturas também era dirigida pelo Estado. O controle dos
rios exigia numerosíssima mão-de-obra, que o governo recrutava, organizava
e controlava. As principais atividades econômicas da Mesopotâmia eram:
- A agricultura:
- Era base da Economia. A economia da Baixa Mesopotâmia, em meados do terceiro milênio a.C., baseava-se na agricultura de irrigação. Cultivavam trigo,cevada, linho, gergelim (sésamo, de onde extraiam o azeite para alimentação e iluminação), árvores frutíferas, raízes e legumes. Os instrumentos de trabalho eram rudimentares, em geral de pedra, madeira e barro. O bronze foi introduzido na segunda metade do terceiro milênio a.C., porem, a verdadeira revolução ocorreu com a sua utilização, isto já no final do segundo milênio antes da Era Cristã. Usavam o arado semeador, a grade e carros de roda;
- A criação de animais:
- A criação de carneiros, burros, bois, gansos e patos era bastante desenvolvida;
- O Comércio:
- Os comerciantes eram
funcionários a serviço dos templos e do palácio. Apesar disso, podiam
fazer negócios por conta própria. A situação geográfica e a pobreza
de matérias
primas favoreceram
os empreendimentos mercantis. As caravanas de mercadores iam vender
seus produtos e buscar o marfim da Índia, a madeira doLíbano, o cobre de Chipre e o estanho de Cáucaso. Exportavam tecidos de linho, lã e tapetes, além de pedras preciosas e perfumes. As transações comerciais eram
feitas na base de troca, criando um padrão de troca inicialmente
representado pela cevada e depois pelos metais que circulavam sobre as
mais diversas formas, sem jamais atingir, no entanto, a forma de moeda. A existência de um comércio
muito intenso deu origem a uma organização economia sólida, que realizava
operações como empréstimos a juros, corretagem e sociedades em negócios. Usavam recibos, escrituras e cartas de crédito. O comércio foi uma figura importante na sociedade
mesopotâmica, e o fortalecimento do grupo mercantil provocou mudanças
significativas, que acabaram por influenciar na desagregação da forma de
produção templário-palaciana dominante na Mesopotâmia.
As principais
ciências estudadas foram:
- A Astronomia
- Entre os babilônicos, foi a
principal ciência. Notáveis eram os conhecimentos dos sacerdotes no campo
da astronomia, muito ligada e mesmo subordinada a astrologia. As torres
dos templos serviam de observatórios astronômicos. Conheciam as diferenças
entre os planetas e as estrelas e sabiam prever eclipses lunares e
solares. Dividiram o ano em meses, os meses em semanas, as semanas em sete
dias, os dias em doze horas, as horas em sessenta minutos e os minutos em
sessenta segundos. Os elementos da astronomia elaborada pelos
mesopotâmicos serviram de base à astronomia dos gregos, dos árabes e deram
origem à astronomia dos europeus;
- A Matemática
- Entre os caldeus, alcançou grande progresso. As necessidades do dia-a dia levaram a um certo desenvolvimento da matemática.Os mesopotâmicos usavam um sistema matemático sexagesimal (baseado no número 60). Eles conheciam os resultados das multiplicações e divisões, raízes quadradas e raiz cúbica e equações do segundo grau. Os matemáticos indicavam os passos a serem seguidos nessas operações, através da multiplicação dos exemplos. Jamais divulgaram as formulas dessas operações, o que tornaria as repetições dos exemplos desnecessárias. Também dividiram o círculo em 360 graus, elaboraram tábuas correspondentes às tábuas dos logarítimos atuais e inventaram medidas de comprimento, superfície e capacidade de peso;
- A Medicina
- Os progressos da medicina
foram grandes (catalogação das plantas medicinais, por exemplo). Assim
como o direito e a matemática, a medicina estava ligada a adivinhação.
Contudo, a medicina não era confundida com a simples magia. Os médicos da
Mesopotâmia, cuja profissão era bastante considerada, não acreditavam que
todos os males tinham origem sobrenatural, já que utilizavam medicamentos
à base de plantas e faziam tratamentos cirúrgicos. Geralmente, o medico
trabalhava junto com um exorcista, para expulsar os demônios, e recorria
aos adivinhos, para diagnosticar os males.
O mercado de casamento da Babilônia, no Royal Holloway College
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