Cultura
Escrita
A escrita
cuneiforme,
grande realização sumeriana, usada pelos sírios, hebreus e persas, surgiu
ligada às necessidades de contabilização dos templos. Era uma escrita ideográfica, na qual o objeto representado expressava uma ideia. Os
sumérios - e, mais tarde os babilônicos e os assírios, que falavam acadiano -
fizeram uso extensivo da escrita cuneiforme. Mais tarde, os sacerdotes e
escribas começaram a utilizar uma escrita convencional, que não tinha nenhuma
relação com o objeto representado. As convenções eram conhecidas por eles, os
encarregados da linguagem culta, e procuravam representar os sons da fala humana, isto é, cada sinal representava um som.
Surgia assim a escrita fonética, que pelo menos no segundo
milênio a.C., já era utilizado nos registros de contabilidade, rituais mágicos
e textos religiosos. Quem decifrou a escrita cuneiforme foi Henry
C. Rawlinson.
A chave dessa façanha ele obteve nas inscrições da Rocha de Behistun, na qual estava gravada uma gigantesca mensagem de 20 metros de comprimento por 7 de altura. A mensagem fora talhada na pedra
pelo rei Dario, e Rawlinson identificou três tipos diferentes de escrita
(antigo persa, elamita e arcádio - também chamado de assírio ou babilônico). O
alemão Georg Friederich Grotefend e o francês Jules Oppent também se destacaram nos estudos da escrita sumeriana
Literatura
Da
literatura mesopotâmica sobraram diversos textos e fragmentos, muitos ainda em
vias de decifração e tradução1 . Uma característica comum à
maioria dos textos é sua origem estatal, especialmente no caso da religião e
dos negócios. Há ainda crônicas sobre os feitos dos governantes e dos deuses,
hinos, fábulas, versos, além de anotações de comerciantes. Tudo isso
encontra-se registrado em tábuas de argila, em escrita cuneiforme, assim
denominada porque seus caracteres têm forma de cunha. Destacam-se o Mito da Criação e a Epopeia
de Gilgamesh -
aventura de amor e coragem desse herói deus, cujo objetivo era obter a
imortalidade.
Leis
O Código
de Hamurabi,
até pouco tempo o primeiro código de leis que se tinha notícia, é
uma compilação de leis sumerianas mescladas com tradições semitas. Ele
apresenta uma diversidade de procedimentos jurídicos e determinação de penas
para uma vasta gama de crimes. Contém 282 leis, abrangendo praticamente todos os aspectos da vida
babilônica, passando pelo comércio, propriedade, herança, direitos da mulher, família,adultério,
falsas acusações e escravidão. Suas principais características são: Pena ou Lei de Talião, isto é, “olho por olho, dente por
dente” (o castigo do criminoso deveria ser exatamente proporcional ao crime por
ele cometido), desigualdade perante a lei (as punições variavam de acordo com a
posição social da vitima e do infrator), divisão da sociedade em classes (os
homens livres, os escravos e um grupo intermediário pouco conhecido – os mushkhinum) e igualdade de
filiação na distribuição da herança. O Código de Hamurábi reflete a preocupação
em disciplinar a vida econômica (controle dos preços, organização dos artesãos,
etc.) e garantir o regime de propriedade privada da terra. Os textos jurídicos
mesopotâmicos invocavam os deuses da justiça, os mesmos da adivinhação, que
decretavam as leis e presidiam os julgamentos.
Anterior ao Código de Hamurábi, tem-se o Código
de Ur-Nammu,
descoberto em 1952 pelo assiriólogo e
professor Samuel
Noah Kromer
Uma inscrição do Código de Hamurabi
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